Fabaceae

Leptolobium elegans Vogel

Como citar:

Gláucia Crispim Ferreira; Mário Gomes. 2020. Leptolobium elegans (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

1.912.785,12 Km2

AOO:

772,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie ocorre na Argentina, Paraguai e Brasil (Rodrigues e Tozzi, 2012, Rodrigues, 2020). No Brasil, apresenta a seguinte distribuição: GOIÁS, Alto Paraíso de Goiás, Cachoeira Alta, Caçu, Caiapônia, Edéia, Jataí, Mineiros, Palmeiras de Goiás e Santa Rita do Araguaia. MATO GROSSO, Alto Araguaia, Barão de Melgaço, Cáceres, Nova Brasilândia, Rosário Oeste e Santa Teresinha. MATO GROSSO DO SUL, Alcinópolis, Aquidauana, Bandeirantes, Bataguassu, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Juti, Miranda, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Porto Murtinho, Rio Verde, Rio Verde de Mato Grosso, Rio Verde do Mato Grosso, Selviria, Terenos e Três Lagoas. MINAS GERAIS, Alpinópolis, Araguari, Baependi, Barroso, Belo Horizonte, Cabeceira Grande, Carandaí, Carrancas, Coromandel, Indianópolis, Itatiaiuçu, Ituiutaba, Itumirim, Itutinga, Japonvar, Lavras, Mateus Lems, Nova Ponte, Paracatu, Perdizes, Poços de Caldas, Santa Vitória, Santana do Garambéu, Santo Antônio do Amparo, São João Del-Rei, Serra do Salitre, Uberaba, Uberlandia, Uberlândia, Varginha e Volta Grande. PARÁ, Conceição do Araguaia. PARANÁ, Altônia, Arapoti, Campo Mourão, Guaira, Jaguariaíva, Sengés, Tibagi, Tuneiras do Oeste e Ventania. SÃO PAULO, Aguaí, Águas de Santa Bárbara, Agudos, Alumínio, Américo Brasiliense, Angatuba, Aramina, Araraquara, Assis, Avaré, Batatais, Bauru, Baurú, Bofete, Botucatu, Buri, Buritizal, Cabreúva, Caieiras, Cajuru, Campinas, Casa Branca, Cerqueira César, Corumbataí, Echapora, Franca, Franco da Rocha, Itaberá, Itapetinga, Itapetininga, Itapeva, Itaporanga, Itararé, Itirapina, Itú, Itupeva, Ituverava, Jaguariúna, Jales, Jundiaí, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Paulo de Faria, Pedregulho, Penapolis, Pereira Barreto, Piraju, Pirassununga, Porto Ferreira, Pratânia, Riolândia, Santo Antônio de Posse, Sao Carlos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Manuel, São Paulo, São Simão, Sorocaba, Sud Mennucci, Suzanápolis, Uchoa e Votuporanga.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Gláucia Crispim Ferreira
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore não endêmica do Brasil (Rodrigues, 2020). Popularmente conhecida por leptolóbio e perobinha-do-campo no Sudeste, amendoim-falso, chapadinha, sucupira-branca, genciana, cascudinho, óleo-bálsamo-do-campo e no Paraguai como incienso-del-campo, foi coletada em Cerrado (lato sensu) e Floresta Estacional Semidecidual associadas ao Cerrado nos estados brasileiros do Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso Do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=1617003 km², constante presença em herbários, inclusive com coleta recente, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas florestais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Último avistamento: 2019
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Linnaea 11: 390, 1837. Popularmente conhecida como leptolóbio e perobinha-do-campo no Sudeste, amendoim-falso, chapadinha, sucupira-branca, genciana, cascudinho, óleo-bálsamo-do-campo e no Paraguai como incienso-del-campo (Rodrigues, 2020). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Rodrigo Schütz Rodrigues, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Cerrado
Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 2.1 Dry Savanna
Referências:
  1. Rodrigues, R.S., 2020. Leptolobium. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB83280 (acesso em 15 de maio de 2020).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future national very high
A ocupação do Cerrado pela atividade pecuária se deu a partir da década de 1920, com a indústria de café em plena atividade. Mais tarde, com incentivos do governo federal, a atividade pecuária iniciou o processo de ocupação e conversão do Cerrado em pastagens (Klink e Moreira, 2002, Sano et al., 2008). Desde então, a pecuária passou a ocupar extensas áreas e estabeleceu-se como uma das principais atividades econômicas no país (Sano et al., 2008), recebendo cada vez mais subsídios governamentais, tais como, a criação do Conselho para o Desenvolvimento da Pecuária (Rachid et al., 2013). No início, a pecuária beneficiou-se de gramíneas nativas (Silva et al., 2015) e posteriormente o uso de tecnologias e a introdução de gramíneas exóticas para melhoramento das pastagens contribuíram para o sucesso da atividade no Cerrado (Ratter et al., 1997), sendo a região responsável por 41% do leite e 40% da carne bovina produzida no Brasil (Pereira et al., 2012). As pastagens cultivadas ocupam cerca de 26,5% do território e representam o principal uso do solo do Cerrado (Sano et al., 2008). Além dos impactos do gado sobre a vegetação nativa, a atividade pecuária historicamente está associada à queimadas realizadas para renovação da pastagem para o gado (Kolbek e Alves, 2008, Silva et al., 2015), as quais muitas vezes fogem de controle e tornam-se grandes incêndios (Verdi et al., 2015).
Referências:
  1. Pereira, P.A.A., Martha, G.B., Santana, C.A., Alves, E., 2012. The development of Brazilian agriculture: future technological challenges and opportunities. Agric. Food Secur. 1, 4. https://doi.org/10.1186/2048-7010-1-4
  2. Rachid, C.T.C.C., Santos, A.L., Piccolo, M.C., Balieiro, F.C., Coutinho, H.L.C., Peixoto, R.S., Tiedje, J.M., Rosado, A.S., 2013. Effect of Sugarcane Burning or Green Harvest Methods on the Brazilian Cerrado Soil Bacterial Community Structure. PLoS One 8, e59342. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0059342
  3. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F., Bridgewater, S., 1997. The Brazilian Cerrado Vegetation and Threats to its Biodiversity. Ann. Bot. 80, 223–230. https://doi.org/10.1006/anbo.1997.0469
  4. Sano, E.E., Rosa, R., Brito, J.L.S., Ferreira, L.G., 2008. Mapeamento semidetalhado do uso da terra do Bioma Cerrado. Pesqui. Agropecuária Bras. 43, 153–156. https://doi.org/10.1590/S0100-204X2008000100020
  5. Klink, C.A., Moreira, A.G., 2002. Past and current human occupation, and land use, in: Oliveira, P.S., Marquis, R.J. (Eds.), The Cerrados of Brazil: Ecology and Natural History of a Neotropical Savanna. Columbia University Press, Nova Iorque, pp. 69–88.
  6. Silva, S.D., Mateus, R., Braz, V., Peixoto, J., 2015. A Fronteira do Gado e a Melinis Minutiflora P. Beauv. (POACEAE): A História Ambiental e as Paisagens Campestres do Cerrado Goiano no Século XIX. Sustentabilidade em Debate 6, 17. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v6n2.2015.15469
  7. Verdi, M., Pougy, N., Martins, E., Sano, P.T., Ferreira, P.L., Martinelli, G., 2015. Vetores de pressão que incidem sobre a flora em risco de extinção da Serra do Espinhaço Meridional, in: Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Eds.), Plano de Ação Nacional Para a Conservação Da Flora Ameaçada de Extinção Da Serra Do Espinhaço Meridional. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro, pp. 33–47.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Baía de Camamu (US), Área de Proteção Ambiental Cabreuva (US), Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu e Tejupá Perimetro Corumbataí (US), Área de Proteção Ambiental Costa de Itacaré/Serra Grande (US), Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (US), Área de Proteção Ambiental Estadual da Escarpa Devoniana (US), Área de Proteção Ambiental Jundiaí (US), Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim Área II (US), Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim Área I (US), Área de Proteção Ambiental Pouso Alto (US), Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba (US), Estação Ecológica de Avaré (PI), Parque Nacional do Araguaia (PI), Rppn Pousada Campos da Bocaina (US).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território São Paulo - 20 (SP), Território Paraná - 19 (SP, PR), Território Campinas - 18 (SP, MG), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Centro-Minas - 10 (MG), Território Formosa - 9 (MG).

Ações de conservação (4):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural stalk
A casca interna é fortemente amarga, sedativa e levemente soporífica. Também é usado no tratamento da epilepsia. A casca interna contém alcalóides, lupeol e um derivado de pirona (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium elegans. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+elegans (acesso em 15 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural stalk
Espécie pioneira dentro de sua faixa nativa, pode ser usada em projetos de reflorestamento, onde é particularmente útil em solos pobres e secos (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium elegans. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+elegans (acesso em 15 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A madeira é utilizada como carvão (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium elegans. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+elegans (acesso em 15 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
É de uso limitado devido às suas dimensões geralmente pequenas, embora às vezes seja usado para acabamento interno de edifícios, carpintaria e marcenaria em geral, postes e estacas para uso em locais úmidos (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium elegans. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+elegans (acesso em 15 de maio de 2020).